Acabo de ler o artigo "Filhos de políticos nas escolas públicas", escrito pelo senador (PDT/DF) e professor de economia da UNB, Cristovan Buarque. Na seção "polêmica" da revista Superinteressante, ele defende a ideia de que os políticos brasileiros deveriam ser obrigados a matricular seus filhos na escola pública, destacando que, com isso, ela seria mais valorizada, e as verbas não tomariam outro destino, por questões óbvias. Faz uma comparação entre a parcela mais rica e a mais pobre da população, cujos investimentos em educação estão a distâncias abissais. Os ricos, aí incluídos os parlamentares, nem sonham em matricular seus rebentos nas sucateadas e abandonadas escolas públicas, deixando essa "nobre" tarefa para aqueles menos favorecidos. Cristovan cita o projeto de sua autoria que pretende obrigar vereadores, deputados, prefeitos, senadores e até o presidente da República a colocar seus filhos na rede pública, sob pena de perda do mandato. Cita como exemplo o Reino Unido e Cingapura, onde essa prática é comum. Acredita que, se os parlamentares matricularem seus filhos na escola pública, serão obrigados, também a fazê-la funcionar com qualidade total, diminuindo a desigualdade entre ricos e pobres no que se refere à educação. Finalmente alguém acorda para a triste realidade de nossas escolas, aonde político só vai no dia da inauguração. Se aprovada, a lei do senador Buarque vai ao menos diminuir a arrogância e a falta de zelo dos mandatários deste país, que só veem na educação pública uma forma rápida e fácil de desviar recursos para seus bolsos.
Fonte: Revista Superinteresante - Abril/2010, pág. 37 - Seção Polêmica. Editora Abril, 2010
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